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Finanças Pessoais: Crenças: O Seu Vidro Está Embaçado pt.3

  • Foto do escritor: Felipe Picanço
    Felipe Picanço
  • 8 de set.
  • 4 min de leitura

Hoje, vamos mergulhar em um tema super importante: nossas crenças.


Imagine que você está olhando para uma cena linda, mas seu óculos ou o vidro da janela está embaçado. Você consegue ver que tem algo lá, mas a imagem não é clara, a verdade está distorcida. É assim que muitas vezes nossas crenças funcionam em relação às nossas decisões financeiras. Elas estão lá, no nosso subconsciente, influenciando o que fazemos com o dinheiro, mas muitas delas estão baseadas em informações incompletas ou erradas.


Para desembaçar essa visão, precisamos de conhecimento, de buscar informações confiáveis e, principalmente, de fazer uma autoanálise honesta sobre como lidamos com nosso dinheiro. Só assim vamos descobrir quais são essas crenças que nos atrapalham.


Vamos falar sobre algumas delas, que são muito comuns:


A primeira crença que costuma nos prender é a da “não urgência”. É aquela história de sempre deixar para depois. Sabe quando você planeja começar a dieta na segunda-feira, ou ler aquele livro importante, mas a segunda-feira nunca chega? Com as finanças, é a mesma coisa. A gente adia o início da organização, pensando que é um trabalho enorme, que só vai começar quando tiver o computador ideal ou a planilha mais avançada. Mas a verdade é que o mais importante é começar logo! Pode ser anotando seus gastos em um caderno, em um aplicativo simples no celular, ou até criando um grupo no WhatsApp com você mesmo para registrar suas despesas.


O essencial é dar o primeiro passo, mesmo que seja pequeno. Para a maioria das pessoas, organizar as finanças é uma urgência, porque não fomos ensinados a cuidar bem do dinheiro. Não espere o final de semana. Não há nada mais urgente agora do que começar a colocar sua vida financeira em ordem. Quando a gente resolve essa área, outras coisas na vida começam a fluir melhor, como se um nó fosse desfeito. Claro, no começo vai exigir dedicação, talvez um tempinho diário ou semanal, mas depois que você pegar o jeito, o acompanhamento pode ser mensal ou como você se adaptar melhor.


A segunda crença é a do “passado”. É aquela ideia de que, se algo deu errado antes, vai dar errado de novo. Talvez você ou alguém da sua família tenha tido uma experiência ruim com um empréstimo, um financiamento, ou um investimento que não deu certo. Aquilo pode ter deixado uma marca, um trauma, e você pensa que não tem capacidade para lidar com o dinheiro, que não nasceu para ter independência financeira. Mas não é bem assim! O caminho, mais uma vez, é o conhecimento. É como se, ao estudar o que aconteceu, você transformasse a dor em lição. Aprender com os erros, sejam os seus ou os de quem você conhece, é fundamental. E, se errar, o importante é aprender rápido para não repetir o mesmo engano. O passado é um professor, não uma profecia.


A terceira crença é a de “não ser bom com matemática”. Muitos acham que para cuidar das finanças, investir ou montar uma planilha, precisam ser gênios dos números. Mas posso te garantir uma coisa: a matemática financeira que usamos no dia a dia é aquela que aprendemos lá na escola primária – soma, subtração, multiplicação e divisão. Quando você vir as fórmulas de juros compostos ou cálculo de investimentos, vai perceber que não tem nada de complexo nelas. A verdade é que a maioria dos nossos problemas financeiros não vêm de contas erradas, mas sim de comportamentos. Gastar por impulso, não planejar, ceder à necessidade de consumo – isso sim é muito mais prejudicial do que errar uma multiplicação. Não é porque você errou uma conta de cabeça que vai se endividar; é o comportamento que leva a isso.


A quarta crença, que toca um pouco mais na área dos investimentos, é a do “medo da perda”. É natural que nós, brasileiros, tenhamos um receio maior de perder dinheiro, dados os acontecimentos econômicos que já vivemos, como inflação alta, confisco de poupança. Esse medo é compreensível. Além disso, cada pessoa tem um perfil de investidor – alguns são mais arrojados, outros mais conservadores. O importante é entender que o risco não desaparece, mas pode ser gerenciado. O segredo não é acertar 100% dos investimentos, mas saber como diluir e controlar esse risco. Ninguém acerta sempre, nem mesmo os grandes analistas. Você pode montar uma carteira de investimentos onde um ativo não esteja indo bem, mas o impacto negativo dele é pequeno porque você tem pouco dele, e outros ativos compensam essa perda. Para começar, a dica é ir devagar, com investimentos de baixíssimo risco, como a poupança, depois ir para um CDB, Tesouro Direto, e só então, com mais conhecimento e segurança, subir gradualmente na escada do risco, passando para fundos de investimento, fundos imobiliários e ações. É um processo de aprendizado contínuo.


Por fim, a quinta crença é a de “precisar ter muito dinheiro para começar” sua jornada rumo à independência financeira. Muitos pensam que só quem já tem uma herança ou um salário alto pode se organizar financeiramente. Mas isso não é verdade! Você pode começar com muito pouco. Hoje em dia, existem fundos de investimento com aplicação mínima de R$ 5, e o Tesouro Direto permite investir a partir de R$ 30. O importante não é a quantia inicial, mas o hábito de começar. Não espere ter uma bolada na conta para só então começar a agir. Na fórmula dos juros compostos, que vamos ver mais para frente, um dos ingredientes mais poderosos é o tempo. Quanto antes você começar, mais tempo seu dinheiro terá para crescer, e o resultado será exponencial.


Espero que essa conversa sobre crenças te ajude a desembaçar o vidro e ver suas finanças com mais clareza. Junto com o que aprendemos sobre os erros, agora temos uma base sólida para começar a colocar a mão na massa e planejar seu futuro financeiro.


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